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Três medos que vão paralisar sua transição de carreira

Sexta, 29 Julho 2016
Artigo
Eduardo Correa
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As pesquisas apontam que, aproximadamente, 80% dos profissionais apresentam algum grau de frustração com suas carreiras. Parece incrível, não é mesmo?! Como assim, quase todo mundo está insatisfeito com seu trabalho? Bom, se você faz parte dessa estatística, continue lendo.

 

Esse problema começa lá atrás, ao longo da infância e adolescência. Nosso sistema de ensino não se importa muito com os talentos individuais. Ele foi montado para fazer você decorar fórmulas e textos, que muitas vezes você nunca vai usar na vida. Você não é ensinado a pensar, questionar, entender seus pontos fortes e fracos.

Esse caldo começa a engrossar no período escolar, mas é na hora do Vestibular que ele entorna de vez. Como escolher sua profissão aos 17 anos?

A escolha profissional é uma mistura delicada que envolve personalidade (em formação ainda) + habilidades (não descobertas) + estilo de vida + ambição por realização e crescimento. Agora adicione a pressão dos pais para você escolher uma profissão “que tenha futuro” na visão DELES (“Como assim você vai fazer Música? Isso não dá dinheiro”).

Pronto, o resultado disso são pessoas frustradas/insatisfeitas com a atual profissão. E nunca houve tanta mudança de carreira como hoje em dia. E às vezes a mudança é para áreas completamente diferentes da original: tem gente que vai da Engenharia para Psicologia, ou da Meteorologia para o Coaching (meu caso).

Esse período pode ser assustador, pois o profissional sente uma mistura de sentimentos como frustração, medo, incredulidade, confusão. Isso ocorre porque ele já decidiu que não quer mais trabalhar na atual profissão, mas como ele pensa que só sabe fazer o que faz atualmente, sente-se perdido, sem saber para onde ir.

E eu sei disso porque foi o que ocorreu comigo quando realizei a minha transição e também é um ponto em comum com todos os profissionais que já ajudei a escolher outra carreira, tanto no meio corporativo quanto no empreendedorismo.

Confira a seguir os 3 principais medos que assustam (e às vezes paralisam) profissionais que pensam em mudar de carreira.

1) Mudar de Carreira não é começar do zero

Mudar para uma área completamente diferente pode dar uma sensação de tempo desperdiçado. Não se deixe levar por isso. Você não vai, necessariamente, deixar para trás todas as habilidades e conhecimentos da vida profissional anterior.

O fato de ter investido tanto tempo em uma área profissional, não deve ser uma barreira para você seguir novos caminhos. Saiba que as competências adquiridas em experiências anteriores podem ser aplicáveis em novos contextos.

De acordo com o professor John Campbell, especialista em performance humana da Universidade de Minnesota, entre os fatores que definem o desempenho profissional estão:

Habilidades, competências e comportamentos específicos, ou seja, os que são necessários para realizar determinadas tarefas e que diferenciam um trabalho do outro. Por exemplo, um arquiteto deve saber como projetar casas, um engenheiro civil deve saber como construir prédios, e assim por diante.

Habilidades, competências e comportamentos não específicos (ou transferíveis), isto é, que não envolvem atributos exclusivos de determinadas tarefas, mas são imprescindíveis para o bom desempenho em qualquer profissão. Por exemplo, um arquiteto deve saber se comunicar de modo eficaz com seus clientes, tem que possuir escuta ativa, etc.

As habilidades transferíveis são aquelas que você desenvolve ao longo de sua vida (pessoal e profissional) e que você pode exercitar em qualquer carreira. Liderança, comunicação, empatia, organização, são alguns exemplos.

2) Vou mudar de profissão nessa idade

Não estou chamando ninguém de velho, ok?! Mas existe uma crença na nossa sociedade que as pessoas já devem estar com a carreira consolidada após os 30 anos. E é geralmente neste período em que a insatisfação ou frustração profissional atingem seu limite, levando aos questionamentos a respeito do futuro desejado.

E muitos profissionais vão “empurrando” um trabalho chato, que não suportam mais, por pensarem que estão “muito velhos” para mudar de carreira.

Mas o próprio mercado de trabalho já está revendo isso. A prova é a procura cada vez maior de profissionais seniores em alguns setores. Esses profissionais são desejados justamente por sua experiência e no quanto as empresas podem economizar em treinamento, não só com ele, mas com os mais jovens que também aprenderão com a transferência de conhecimento.

Outro caso é se você deseja largar o meio corporativo e se tornar consultor. Você também será contratado pela sua experiência.

3) Como vou ganhar dinheiro?

Aqui entra o seu planejamento financeiro. Você tem que guardar dinheiro suficiente para se manter por tempo suficiente para se estabelecer na nova profissão. Esse é um hábito que a maioria das pessoas não possui: o “colchão financeiro”. Segundo especialistas em finanças, todo profissional deve manter guardado o equivalente a 6 meses de sustento para qualquer eventualidade.

É por isso que vemos tantas pessoas desesperadas quando são demitidas inesperadamente. A falta desse “suporte financeiro” faz com que aceitem o primeiro emprego que aparece, porque não se prepararam para essa eventualidade. E frequentemente isso pode representar um retrocesso na sua trajetória profissional.

Se você quer largar seu emprego CLT e abrir seu próprio negócio, você pode iniciar trabalhando em paralelo nas suas horas vagas e “queimar sua ponte” quando o seu negócio já estiver rendendo o suficiente.

Eu fiz isso quando me tornei Coach de Carreira. Continuei trabalhando na minha antiga empresa durante um ano, preparando minha saída, planejando e guardando dinheiro. O resultado foi uma transição de carreira segura e eficiente. (Também contratei um Coach para me ajudar na época, o que foi essencial para montar minhas estratégias).

O importante é você perceber que não precisa continuar no seu trabalho chato, torcendo pro fim de semana chegar rápido, torcendo pelas próximas férias para poder “descansar”.

Você pode trabalhar com o que você ama. O mais importante é você acreditar que é possível. Se você pesquisar na internet, vai perceber que muita gente já está dando esse passo.

 

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